15 de fev. de 2009

As Curvas da Estrada de Santos

Demorou mas conseguimos uma carona, em uma balança de pesagem de caminhões, para a descida da Serra de Santos. Com toda a agitação tem horas que a memória falha e dá um branco. Tiramos a foto, no entanto, acabamos esquecendo o nome do caminhoneiro que nos conduziu até Cubatão. Compensando esse lapso, acho que não vou esquecer dessa que foi a primeira vez que passei pelas famosas Curvas da Estrada de Santos. 

"Roberto Carlos"

As Curvas de Estrada de Santos

(Roberto Carlos/Erasmo Carlos)

Se você pretende saber quem eu sou
Eu posso lhe dizer
Entre no meu carro na estrada de santos
E você vai me conhecer
Você vai pensar que eu não gosto nem mesmo de mim
E que na minha idade só a velocidade
Anda junto a mim
Só ando sozinho
E no meu caminho o tempo é cada vez menor
Preciso de ajuda

Por favor me acuda
Eu vivo muito só
Se acaso numa curva eu me lembro do meu mundo
Eu piso mais fundo

Corrijo num segundo
Não posso parar
Eu prefiro as curvas da estrada de santos
Onde eu tento esquecer
Um amor que eu tive
E vi pelo espelho na distância se perder
Mas se o amor que eu perdi eu novamente encontrar
As curvas se acabam
E na estrada de santos não vou mais passar
Não, não vou mais passar

6 de fev. de 2009

Caminhos e Descaminhos

Ficou decidido que não desceríamos a Serra de Santos naquela noite. O Edinho foi veemente ao dizer que não seria boa idéia descermos para Cubatão para dormir lá, de barraca. Disse que era perigoso. Não sei se há realmente razão de para creditar tanto perigo à cidade, mas, de fato, a visão de Cubatão não me causou boa impressão. Entendo perfeitamente quem, assim como eu, diante de uma primeira impressão, não goste de lá. 
Cubatão
Passamos a noite do dia 9/11/2008 em São Bernardo do Campo, em uma parada de caminhoneiros logo antes de descer a serra. Só não esperávamos que a infra-estrutura da parada não contava com nenhum estabelecimento onde pudéssemos comer. Havia apenas um imenso pátio cercado, um enorme banheiro imundo (acho que o pior da viagem), e o pessoal da vigilância. Pelo menos estaríamos seguros. 
Às cinco da manhã, tal como revoada, os caminhões saíram quase todos, de uma vez só. Enquanto ouvíamos os roncos dos motores íamos desfazendo o acampamento, quem sabe ainda dava tempo de pegar uma carona para descer a serra. Não deu. 
Fizemos um parco desjejum com o pouco de bananas que ainda nos restava."Puta que pariu! Que merda!" Quando me dei conta da situação foi a primeira senteça que me veio à mente. Desculpem o palavreado, mas foi assim. 
Desolação
Mesmo estado a pé, foi um caminhão guincho que nos socorreu, nos dando uma carona até uma balança que ficava para o lado oposto de onde tínhamos que ir. De lá seria mais fácil pra descer a serra. Viajar é assim: há momentos em que vemos passar a saída a ser tomada e nos afastamos cada vez mais dela, mas, quando se sabe onde se quer chegar, é só pra fazer o retorno. 

31 de jan. de 2009

Alguma Coisa Acontece no meu Coração

Já deviam ser quase duas da tarde quando, graças ao Pelé, o frentista do Posto da Curva, em Betim, nos arrumou uma carona com o Edinho. Tudo aconteceu tão rápido e inesperadamente que nem deu tempo de tirar uma foto do Pelé. Rumávamos então em direção à Cubatão, que era o destino da carga do Edinho, que era chamado assim desde criança; foi crescendo, crescendo... mas continuou Edinho. Passamos mais de dez horas em sua companhia, conversando quase initerrruptamente, encurtando o tempo. 
A essa hora o trajeto que havíamos pré estabelecido já estava totalmente alterado. As longas viagens têm dessas coisas. Planejávamos ir de Betim para Divinópolis e daí para Passos, etc., evitando passar por São Paulo. "Afasto o que não conheço," como diria Caetano a respeito dessa cidade. Mas, com o destino traçado em Cubatão, iríamos atravessar a maior metrópole ao sul do Equador sem termos que por os pés nela. 
Passamos por São Paulo e já era noite cerrada, por volta das 23:00h, mas lá não era. Tanta luz, tanta gente, tanto movimento. Nessas minhas andanças sempre me encantou a chegada em Mariana, MG, na boquinha da noite. Olhar do alto da serra as luzes da velha cidade lá embaixo, o serpentear pontilhado do brilho dos postes tracejando o emaranhado de ruas... Deparar-me, pela primeira vez, com o fulgurar de São Paulo ao longe, à noite, me fez lembrar de Mariana. Embora muito distintas, essas duas cidades me causaram semelhante sensação. Gosto de ficar pensando que lá longe, onde cintilam tantos brilhos, há também tanta gente, muito mais que os tantos brilhos que se pode avistar. Pena que, às vezes, gente não brilha. 

30 de jan. de 2009

Ao Rei Pelé

Saímos da casa da Ana e de Belo Horizonte no dia 9 de novembro, um domingo. Tínhamos que sair da Pampulha e ir para Betim, de onde começaríamos a "caronar." Mas como o caroneiro costuma não se locomover muito bem fora de seu habitat, que é a estrada e não a cidade, chegar a Betim foi mais complicado do que imaginávamos. Além disso, percebi que o belo-horizontino costuma ficar meio perdido quando o assunto é dar informação. Cidade grande tem dessas coisas, uai! Quando finalmente chegamos a Betim já era mais de uma da tarde.
Chegamos a um posto que atendia pelo apelido de Posto da Curva e, dada às adiantadas hora e fome, tratamos de arranjar um lugar pra comer. Quando se viaja de carona, ou de carro mesmo, não é recomendado que se coma demais no almoço. Dá uma lombeira depois... e com o calorão que tava fazendo naquele dia... Encher a barriga mesmo é melhor deixar pra de noite; depois é só comer, dormir e levantar só no dia seguinte. O mais apropriado era dividir um marmitex.
Já estávamos prestes a pagar a quentinha quando entra um cara no restaurante e nos pergunta: "Pra onde é que vocês estão indo?" "Paraná," foi a resposta; e ele disse que tinha arranjado uma carona pra gente até São Paulo. Beleza!
Fiquei admirado com a solicitude do Pelé, era assim que chamavam esse frentista, que nos dispos uma carona sem nem mesmo termos conversado com ele no posto. Disse que a gente tinha cara de gente boa.  Fico pensado se seria dito o mesmo dele. 
Entramos na cabine do caminhão que o Edinho dirigia e seguimos viagem enquanto comíamos nossa quentinha e bebíamos nosso guaraná, também quentinho. 

Coisa pra se guardar

Esse aí logo abaixo é o Paulo, fazendo uma cara que ele mesmo definiu no seu Orkut como: "Sexy! iauhuaihuiahuiah." O que é que ele tá fazendo aqui? Bem, ele é nada mais nada menos  o filho da Dona Ana (na verdade mais, não que isso seja pouco), e foi através dele que ficamos na casa dela. Além disso, ele tembém possui a patente de amigo do Bruno, que ajeitou pra gente ficar na OCA. Ou vocês estão achando que ficamos na casa de gente que nunca nem vimos antes assim: batendo de casa em casa até achar alguém que se apiede da gente. Dessa vez isso não foi necessário.