20 de nov. de 2008

Frutos

Sei que a idéia foi de relatar em ordem cronológica os acontecimentos dessa viagem. No momento temos algumas fotos e um monte de histórias ... Mas quero antecipar que passei na UNIOESTE, no Paraná. Depois conto o como disso. Agora é a volta para casa...

8 de nov. de 2008

Um Dedo de Prosa

Saímos da OCA já de noite, cada um com uma mochila enorme, mais a barraca, mais uma bolsa com colchonete e roupa de cama; uma enormidade só, de tanta bagagem. Em Belo horizonte, à noite, indo da Savassi para a Pampulha (quem conhece BH sabe que é longe pra caramba), cheios de bagagem. Em uma situação dessa, chamando tanta atenção em uma grande cidade brasileira, é de se esperar que o pior possa acontecer. De fato chamamos a atenção do cobrador e do motorista do ônibus que nos conduziu até à Pampulha que, ao se depararem com passageiros um pouco diferentes do habitual, não se furtaram a entabular conversa.

Os simpáticos Marcelo, o motorista; e Luiz, o cobrador.

Sou do Mundo, Sou Minas Gerais

Depois que saimos da OCA fomos para a casa da Ana Soares. Ficamos por lá até o dia em que, como os patos da América do Norte, rumamos para o Sul. Como tem gente bacana pra conhecer, livro legal pra ler e sorvete gostoso pra tomar; e a vida é tão curta. A Ana encerra em si  duas características bem distintas de existirem em uma só pessoa, e que me chamaram bastante atenção: uma mineiridade bastante arraigada junto com  um senso de cosmopolitismo muito forte. Dizem que tirar uma menina de sua cidadezinha é fácil, difícil é tirar a cidadezinha da menina. (Digo isso mesmo sem saber de que cidade ela é por ser essa a impressão que passa).

À esquerda a Léo, o braço direito da Ana, que brinca com o Titã, que faz juz ao nome

7 de nov. de 2008

5 Noites na OCA

Durante essa conturbada tarde do dia 30 ligamos para o Bruno, nosso próximo benfeitor. No finalzinho desse dia nos mudamos para a OCA (Oficina Cooperativa de Arquitetura), onde o Bruno trabalha junto com um grupo outros arquitetos. Bem bacana esse ambiente de escritório de arquitetura. Arquitetos tendem a ter um relação muito legal com o espaço e, por isso, se tornam seres muito tranqüilos para se conviver. A OCA fica numa região bastante boêmia de Belo Horizonte e, como bons perpetuadores dos bons hábitos belo-horizontinos, não eram raras as incursões desses arquitetos aos bares da região da Savassi,  uma região famosa por sua vida noturna, com muitos clubes, restaurantes, casas de shows e boates. Mas, infelizmente, tínhamos que estudar. Se soubessemos que não passaríamos na UFMG a gente podia até chutar o balde e entornar o caneco, mas... fica pra outro dia. 

Alguns dos espécimes da OCA

A Lógica da Biblioteca

Passamos apenas a noite de quarta para quinta (29 e 30/10) na casa da Samara e do Gustavo. Ficamos praticamente toda a sexta-feira perambulando pela FAFICH (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas), na UFMG, atrás dos livros que ainda faltavam ser lidos para a prova de mestrado. Achamos um deles, Eclipse da Razão, de Horkheimer.
Devido justamente à prova para o mestrado, o livro estava na reserva, podendo somente ser consultado na biblioteca. Tudo resolvido então! Nada... Mesmo para consulta na biblioteca o dito livro só poderia ser emprestado à estudantes da UFMG. Mas sempre há uma solução, é como se diz por aí "conversando a gente se entende." Há cerca de 20m da entrada da bilblioteca, ainda no campo de visão da bibliotecária, tira-se xerox. Tudo resolvido estão! Nada... "Em hipótese alguma esse livro pode sair daqui," foram essas as exatas palavras da bibliotecária que desarmaram qualquer argumentação vindoura.
Tratamos, pois, de achar alguém que pegasse o livro pra gente. Na biblioteca mesmo nos dispusemos, graças à gravidade da situação, a interromper os estudos de um, provável, estudante de lógica (a Jane supôs isso pois ele estava lendo Husserl, embora não se possa afirmar nem que o sol nascerá amanhã). Prontamente, antes mesmo que fossem feitas as devidas apresentações, ele ajudou a resolver o nosso problema. Muito solidário esse moço, mas muito apressado. Parecia até paulista. Não tivemos tempo nem de falar da nossa jornada, nem de falar do blog, nem de tirar foto dele pra por no blog, nem de dizer nossos nomes, nem de perguntar o dele, que é Júlio. Soubemos disso pela notinha da reprografia, que registrava a quem deveria o livro ser devolvido. Em meio a correria conseguimos entregar um cartão com nossos nomes e o endereço. Caso o Júlio tenha tempo para acessar fica aqui o nosso obrigado.

4 de nov. de 2008

Diário de Bordo

29 DE OUTUBRO
O Deslocamento
Cidade em que acordamos: Cachoeiro de Itapemirim, ES
Cidade em que dormimos: Belo Horizonte, MG
Início do Expediente (saída da casa da Jane): 8:15H
Fim do Expediente (chegada ao campus da UFMG): 18:25H
Caronas: 7
Gastos da Caravana
Traslado em Cachoeiro: 3,50
Traslado em BH: 5,00 + 4,20 = 9,20
Alimentação: 7,36
TOTAL: R$20,06

30 DE OUTUBRO
Gastos da Caravana
Cartão telefônico: 6,50
Lan House: 2,00
Xerox: 26,55
Biscoito: 1,50
Traslado em BH: 5,00
Alimentação: 6,50
TOTAL: R$46,55

31 DE OUTUBRO
Gastos da Caravana
Alimentação: 15,75
TOTAL: R$15,75

1 DE NOVEMBRO
Gastos da Caravana
Alimentação: 16,00
TOTAL: R$16,00

2 DE NOVEMBRO
Gastos da Caravana
Alimentação: 10,00
Gastos na Feira Hippie: 19,00
TOTAL: R$29,00

3 DE NOVEMBRO
Gastos da Caravana
Traslado em BH: 8,40
Alimentação: 17,35
Xerox: 1,80
TOTAL: R$27,65

1 de nov. de 2008

Eu Quero uma Casa no Campus

Em BH quando chegamos as 17:50 ainda não tinhamos lugar para ficar, só tinhamos conseguido hospedagem para depois do dia 03/11 e ainda era dia 29/10. Nosso plano era ir para a UFMG e tentar achar alguém que quisesse nos hospedar, algum conhecido que achassemos por acaso, procurar algum alojamento, alguém que ocasionalmente falasse com a gente, sei lá, estavamos ao sabor do vento. Caso não conseguissemos achar nada iriamos armar acampamento no campus e procurar tomar um banho no departamento de educacao física. Assim ficamos nós: super cansados, com muito sono, suados e grudentos, sentindo calor demais e loucos para tomar um banho, peranbulando pela UFMG. Nem com força para falar com as pessoas nós estavamos. Todo mundo estava achando a gente tão normal, apesar da imensa bagagem, que nem chamávamos atenção. Ninguém olhava para a gente... Deitados em um banco perto da sala onde iriamos fazer nossa prova de mestrado, o Jorge arquitetou um plano, já que ninguém olhava para a gente, de entrar em alguma sala de aula da filosofia para nos apresentar e dizer que estávamos sem lugar para ficar naquela noite. Concordei com a idéia e nos preparamos para pô-la em prática, nisso o Jorge foi beber água e uma mocinha nos notou, falou com seu amigo alguma coisa sobre nós e sorriu (na verdade achei que ela estava debochando da gente) logo levantei e perguntei por algum alojamento, de repente ela poderia conhecer alguém lá que pudesse nos hospedar, ou soubesse uma forma de conseguirmos ficar lá, sei lá, pelo menos ela olhou para a gente. Infelizmente ela não conhecia ninguém no alojamento, nem uma forma de conseguirmos ficar lá, ou de repente acampar perto e tomar um banho em alguma apartamento, bom sei lá... mas a Samara (esse é o nome dela) resolveu nos levar para a sua casa naquela noite, felizmente a amiga dela que divide a casa estava viajando e só estavam ela e o Gustavo, e poderíamos ficar lá sem problemas. A Samara, estudante de Ciencias Sociais, e o Gustavo, arte-finalista, nos falaram de vários eventos bem legais para se ir, mas, além de estarmos com sérias reduções orçamentárias, ou seja, pagar entrada jamais, também temos que estudar, uma vez que alguns dos livros só encontramos na UFMG.
E foi isso, tomamos um bom banho e dormimos na casa deles. No dia seguinte um amigo nosso consequiu um lugar para ficarmos, mas essa historia contamos depois, e fomos embora da casa da Samara que além de nos hospedar, foi muito solícita em nos arrumar carteirinhas emprestadas para comer mais barato no restaurante universitário, e arranjar uma internet na UFMG.

Jane, Samara; Jorge, Gustavo