26 de dez. de 2008

Dicas de Carona

Um casal que mora no Rio de Janeiro entrou em contato comigo pelo orkut ( sabe-se lá como chegaram até a mim) dizendo que estavam querendo ir para a argentina de carona e me pediram umas dicas. Eis a resposta:

"Uma das coisas que aprendi pegando carona durante todos estes anos é que carona é um meio de transporte imprevisível. Não dá para se prever com quantas caronas você vai conseguir chegar ao destino, e as vezes até mesmo o trajeto difere do pré estabelecido, mas é bom ter em mente uma rota. E para isso os mapas são importantes, leve-os com vocês ( o "Guia 4 rodas" da editora abril é bastante legal, você encontra em banca de revista). [a explicação está bem detalhada porque o casal não é do Brasil]
Para uma viagem grande desta o ideal é pegar as caronas dentro de posto de gasolina. Sugiro que para sair do Rio vocês procurem um posto de gasolina onde os caminhoneiros fazem parada para abastecer e dormir, geralmente ficam bem afastados do centro da cidade. Procure descobrir onde fica aí no Rio o posto onde os caminhoes param para ir para o sul. Lenbrando que os caminhoneiros saem bem cedo: 4:30h da manhã eles começam a sair, ás 6:00 h o posto já está vazio, e só vai encher de caminhões novamente para o almoço( quando tem restaurante).
Depois é só ir de posto em posto até a Argentina. Procure perguntar ao motorista qual o melhor posto em que ele pode te deixar para pegar a próxima carona. Imagino que voces vão pegar mais de 10 caronas até lá.
É bom que o motorista saiba o mais rápido possível a quem está dando carona, para que ele possa melhor te ajudar, então procure dizer quem vocês são, onde estão indo, de onde estão vindo e para fazer o quê. Lembrem-se que as decisões são sempre de vocês, as vezes as dicas não são muito das melhores, eles viajam de caminhão e não de carona. Consulte sempre o mapa e o bom senso. Evitem parar fora de postos de gasolina, então a ideia da marginal Tietê não é boa, melhor seria nem parar dentro da cidade de São Paulo. Se acontecer de vocês pararem dentro de alguma cidade o melhor é procurar um posto na saída o mais rápido, pois além de vocês, com as mochilas, chamarem atenção para os assaltos, vocês acabarão ficando sem conseguir carona. Para o caroneiro o mais complicado são as cidades e não as estradas. Nas estradas e dentro dos postos de gazolina da beira da estrada estamos em nosso habitat. Uma barraca de Camping sempre ajuda.
Acho que a rota Rio - Sao paulo - Curitiba é a mais indicada e mais tranqüila, e dai para frente tem que analisar melhor.
Boa sorte, qualquer coisa é só falar."

Quem quiser pode fazer uso dessas dicas também, e, Boa Viagem.

20 de nov. de 2008

Frutos

Sei que a idéia foi de relatar em ordem cronológica os acontecimentos dessa viagem. No momento temos algumas fotos e um monte de histórias ... Mas quero antecipar que passei na UNIOESTE, no Paraná. Depois conto o como disso. Agora é a volta para casa...

8 de nov. de 2008

Um Dedo de Prosa

Saímos da OCA já de noite, cada um com uma mochila enorme, mais a barraca, mais uma bolsa com colchonete e roupa de cama; uma enormidade só, de tanta bagagem. Em Belo horizonte, à noite, indo da Savassi para a Pampulha (quem conhece BH sabe que é longe pra caramba), cheios de bagagem. Em uma situação dessa, chamando tanta atenção em uma grande cidade brasileira, é de se esperar que o pior possa acontecer. De fato chamamos a atenção do cobrador e do motorista do ônibus que nos conduziu até à Pampulha que, ao se depararem com passageiros um pouco diferentes do habitual, não se furtaram a entabular conversa.

Os simpáticos Marcelo, o motorista; e Luiz, o cobrador.

Sou do Mundo, Sou Minas Gerais

Depois que saimos da OCA fomos para a casa da Ana Soares. Ficamos por lá até o dia em que, como os patos da América do Norte, rumamos para o Sul. Como tem gente bacana pra conhecer, livro legal pra ler e sorvete gostoso pra tomar; e a vida é tão curta. A Ana encerra em si  duas características bem distintas de existirem em uma só pessoa, e que me chamaram bastante atenção: uma mineiridade bastante arraigada junto com  um senso de cosmopolitismo muito forte. Dizem que tirar uma menina de sua cidadezinha é fácil, difícil é tirar a cidadezinha da menina. (Digo isso mesmo sem saber de que cidade ela é por ser essa a impressão que passa).

À esquerda a Léo, o braço direito da Ana, que brinca com o Titã, que faz juz ao nome

7 de nov. de 2008

5 Noites na OCA

Durante essa conturbada tarde do dia 30 ligamos para o Bruno, nosso próximo benfeitor. No finalzinho desse dia nos mudamos para a OCA (Oficina Cooperativa de Arquitetura), onde o Bruno trabalha junto com um grupo outros arquitetos. Bem bacana esse ambiente de escritório de arquitetura. Arquitetos tendem a ter um relação muito legal com o espaço e, por isso, se tornam seres muito tranqüilos para se conviver. A OCA fica numa região bastante boêmia de Belo Horizonte e, como bons perpetuadores dos bons hábitos belo-horizontinos, não eram raras as incursões desses arquitetos aos bares da região da Savassi,  uma região famosa por sua vida noturna, com muitos clubes, restaurantes, casas de shows e boates. Mas, infelizmente, tínhamos que estudar. Se soubessemos que não passaríamos na UFMG a gente podia até chutar o balde e entornar o caneco, mas... fica pra outro dia. 

Alguns dos espécimes da OCA

A Lógica da Biblioteca

Passamos apenas a noite de quarta para quinta (29 e 30/10) na casa da Samara e do Gustavo. Ficamos praticamente toda a sexta-feira perambulando pela FAFICH (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas), na UFMG, atrás dos livros que ainda faltavam ser lidos para a prova de mestrado. Achamos um deles, Eclipse da Razão, de Horkheimer.
Devido justamente à prova para o mestrado, o livro estava na reserva, podendo somente ser consultado na biblioteca. Tudo resolvido então! Nada... Mesmo para consulta na biblioteca o dito livro só poderia ser emprestado à estudantes da UFMG. Mas sempre há uma solução, é como se diz por aí "conversando a gente se entende." Há cerca de 20m da entrada da bilblioteca, ainda no campo de visão da bibliotecária, tira-se xerox. Tudo resolvido estão! Nada... "Em hipótese alguma esse livro pode sair daqui," foram essas as exatas palavras da bibliotecária que desarmaram qualquer argumentação vindoura.
Tratamos, pois, de achar alguém que pegasse o livro pra gente. Na biblioteca mesmo nos dispusemos, graças à gravidade da situação, a interromper os estudos de um, provável, estudante de lógica (a Jane supôs isso pois ele estava lendo Husserl, embora não se possa afirmar nem que o sol nascerá amanhã). Prontamente, antes mesmo que fossem feitas as devidas apresentações, ele ajudou a resolver o nosso problema. Muito solidário esse moço, mas muito apressado. Parecia até paulista. Não tivemos tempo nem de falar da nossa jornada, nem de falar do blog, nem de tirar foto dele pra por no blog, nem de dizer nossos nomes, nem de perguntar o dele, que é Júlio. Soubemos disso pela notinha da reprografia, que registrava a quem deveria o livro ser devolvido. Em meio a correria conseguimos entregar um cartão com nossos nomes e o endereço. Caso o Júlio tenha tempo para acessar fica aqui o nosso obrigado.

4 de nov. de 2008

Diário de Bordo

29 DE OUTUBRO
O Deslocamento
Cidade em que acordamos: Cachoeiro de Itapemirim, ES
Cidade em que dormimos: Belo Horizonte, MG
Início do Expediente (saída da casa da Jane): 8:15H
Fim do Expediente (chegada ao campus da UFMG): 18:25H
Caronas: 7
Gastos da Caravana
Traslado em Cachoeiro: 3,50
Traslado em BH: 5,00 + 4,20 = 9,20
Alimentação: 7,36
TOTAL: R$20,06

30 DE OUTUBRO
Gastos da Caravana
Cartão telefônico: 6,50
Lan House: 2,00
Xerox: 26,55
Biscoito: 1,50
Traslado em BH: 5,00
Alimentação: 6,50
TOTAL: R$46,55

31 DE OUTUBRO
Gastos da Caravana
Alimentação: 15,75
TOTAL: R$15,75

1 DE NOVEMBRO
Gastos da Caravana
Alimentação: 16,00
TOTAL: R$16,00

2 DE NOVEMBRO
Gastos da Caravana
Alimentação: 10,00
Gastos na Feira Hippie: 19,00
TOTAL: R$29,00

3 DE NOVEMBRO
Gastos da Caravana
Traslado em BH: 8,40
Alimentação: 17,35
Xerox: 1,80
TOTAL: R$27,65

1 de nov. de 2008

Eu Quero uma Casa no Campus

Em BH quando chegamos as 17:50 ainda não tinhamos lugar para ficar, só tinhamos conseguido hospedagem para depois do dia 03/11 e ainda era dia 29/10. Nosso plano era ir para a UFMG e tentar achar alguém que quisesse nos hospedar, algum conhecido que achassemos por acaso, procurar algum alojamento, alguém que ocasionalmente falasse com a gente, sei lá, estavamos ao sabor do vento. Caso não conseguissemos achar nada iriamos armar acampamento no campus e procurar tomar um banho no departamento de educacao física. Assim ficamos nós: super cansados, com muito sono, suados e grudentos, sentindo calor demais e loucos para tomar um banho, peranbulando pela UFMG. Nem com força para falar com as pessoas nós estavamos. Todo mundo estava achando a gente tão normal, apesar da imensa bagagem, que nem chamávamos atenção. Ninguém olhava para a gente... Deitados em um banco perto da sala onde iriamos fazer nossa prova de mestrado, o Jorge arquitetou um plano, já que ninguém olhava para a gente, de entrar em alguma sala de aula da filosofia para nos apresentar e dizer que estávamos sem lugar para ficar naquela noite. Concordei com a idéia e nos preparamos para pô-la em prática, nisso o Jorge foi beber água e uma mocinha nos notou, falou com seu amigo alguma coisa sobre nós e sorriu (na verdade achei que ela estava debochando da gente) logo levantei e perguntei por algum alojamento, de repente ela poderia conhecer alguém lá que pudesse nos hospedar, ou soubesse uma forma de conseguirmos ficar lá, sei lá, pelo menos ela olhou para a gente. Infelizmente ela não conhecia ninguém no alojamento, nem uma forma de conseguirmos ficar lá, ou de repente acampar perto e tomar um banho em alguma apartamento, bom sei lá... mas a Samara (esse é o nome dela) resolveu nos levar para a sua casa naquela noite, felizmente a amiga dela que divide a casa estava viajando e só estavam ela e o Gustavo, e poderíamos ficar lá sem problemas. A Samara, estudante de Ciencias Sociais, e o Gustavo, arte-finalista, nos falaram de vários eventos bem legais para se ir, mas, além de estarmos com sérias reduções orçamentárias, ou seja, pagar entrada jamais, também temos que estudar, uma vez que alguns dos livros só encontramos na UFMG.
E foi isso, tomamos um bom banho e dormimos na casa deles. No dia seguinte um amigo nosso consequiu um lugar para ficarmos, mas essa historia contamos depois, e fomos embora da casa da Samara que além de nos hospedar, foi muito solícita em nos arrumar carteirinhas emprestadas para comer mais barato no restaurante universitário, e arranjar uma internet na UFMG.

Jane, Samara; Jorge, Gustavo


31 de out. de 2008

De Cachoeiro a Belo Horizonte

Saimos de Cachoeiro dia 29/10, como sempre, relativamete tarde. 8:15H estávamos saindo da casa da Jane para uma das saídas da cidade. Não demorou muito conseguimos a primeira carona, com o Misael, um mineiro de Montes Claros, que está por essas bandas trabalhando na construção de uma hidrelé trica em Alegre.

Misael

Depois quem nos deu carona foi um motoqueiro, que participa de encontros de motoqueiros e tudo. Mas, para nossa sorte, estava dirigindo seu carro na ocasião. Apresento-lhes o Isaias.

Isaias

Em Castelo nos deram carona Ricardo, no volante, e o Seu César, na banco do carona. Ao chegarmos em Venda Nova do Imigrante seu César, depois de já ter ouvido nossa história e contado as dele como caroneiro na juventude, se despediu dizendo "vão sofrer, vão!" como quem deseja boa sorte.

Ricardo

César

Depois fomos até Manhuaçu na companhia do Wanderson, mas que fique bem claro que é "uanderson" que se diz, e não "vanderson", afinal de contas é assim que a mãe dele o chama, e isso há de se respeitar.

Wanderson
Nos deu carona até o Oswaldo Cruz, um distinto senhor com uma grande paixão por seus muitos livros.
Oswando Cruz
Marcos, o motorista, e André nos deram carona de Realeza a Rio Casca. Caso consigam o apoio de que precisam para tocar em frente um projeto (muito interessante mesmo!) que estão desenvolvendo acredito, caso tudo dê certo, serem eles os responsáveis por uma revolução nos transportes. Não vou adiantar mais detalhes pois tem muito olho gordo por aí.

Marcos

André
Logo no primeiro dia, a primeira scania e o primeiro motorista que prefere não ser fotografado. Waguin é um caminhoneiro muito gente boa que, em uma parada de estrada, nos apresentou o delicioso suco de milho. Para não ficar sem foto, já que Waguin não se acha fotogênico, tirei essa no caminho entre Rio Casca e Belo Horizonte.


28 de out. de 2008

Equipe de apoio

Sempre que pudermos iremos agradecer às pessoas que de alguma maneira nos ajudarem durante nossa jornada. Se voce está morrendo de vontade de aparecer no nosso blog, não perca esta oportunidade!
Qualquer ajuda será bem vinda, mesmo que seja só para aparecer aqui.


ALESSANDRA
Nossa primeira colaboradora é Alessandra Rodrigues de Souza. Entre suas várias formas de ajudar-nos fez o nosso blog, me ajudou a encontrar uma mochila boa, e o mais importante, bem barata; me deu duas calças jeans (eu só tinha vestido e saia), me deu um tripe para a câmera fotagrafica, nos ajudou com uma hospedagem no Rio de Janeiro para o prova da UFRJ em dezembro, e ainda veio dar uma força no dia anterior a nossa partida, me ajudando a fazer as malas e a não esquecer de nada (estava morta de sono) , e fazendo os sanduiches do nosso primeiro trecho da viajem, até BH.


Valeu Melequinha!


LEONAM
Nosso outro coloborador de Cachoeiro é o Leonam Candido de Batista, que ajudou ao Jorge com o emprestimo da mochila. Mochileiro que se preze tem que ter mochila. Desse ponto de vista, a ajuda do Leonam foi fundamental, mesmo que simples.
TAÍSA
Taísa Candido de Batista nos ajudará durante nossa jornada a procurar os editais das designações temporarias nos estados em que iremos prestar prova, para que não fiquemos sem emprego em 2009, caso nós não passemos com bolsa ou, no pior dos casos, não passemos em lugar nenhum.


Obrigada Taísa, mas tomara que sua ajuda não seja impressindivel.

22 de out. de 2008

Domi e Naomi

Encontrei Domi e Naomi na beira da lagoa do campus da UFV dentro de uma sacola de plástico preta, quando estava chegando de Ouro preto. Acho que jogaram elas fora por serem fêmeas, na China fazem isso com as meninas, aqui com os animais. Que falta de respeito com a vida! Bom, voltando ao assunto, como eu estava cheia de bolsas (eu iria voltar de férias para casa no ES) pedi ajuda a uma moça que estava passando de bicicleta (ela tinha cestinha) e assim consegui levar as gatinhas para o alojamento onde o Jorge morava. Um impasse: o que fazer com elas? A moça que me ajudou disse para levá-las para o departamento de veterinária, pois lá eles iriam cuidar delas, mas não gostei muito da idéia, sempre que passava lá em frente da veterinária ficava arrepiada com os grunhidos que ouvia de alguns animais. Não sei se lá eles estão cuidando do problema dos animais ou se estão usando eles em estudos, por via das dúvidas não quis arriscar. De qualquer maneira lá não parece um bom lugar para filhotinhos. Também não iria dar para criar elas no alojamento do Jorge, no segundo andar de um prédio, que tem 3 quartos e 9 pessoas morando ,e ainda por cima estudantes que vão para casa durante as férias e poderiam deixar elas sozinhas durante dois meses ou mais. Afora isso, na UFV os estudantes que moram nos alojamentos têm que desocupar suas moradias nas férias. Pensei em levar para minha casa em Ouro Preto, mas o mesmo problema: as férias. Como iria fazer para levá-las para casa durante as férias sem dinheiro para ir de ônibus. Nisso, depois de muito pensar, eu disse para o Jorge que seria tranqüilo levá-las para Cachoeiro de carona numa caixa de papelão, afinal de contas eram só duas gatinhas. Menti para ele é claro. Eu estava preocupadíssima com a viagem, morrendo de medo das gatinhas ficarem assustadas dentro do carro e pularem para fora da caixa, de fazerem cocô fedido de gato no carro das pessoas, sei lá...de saírem correndo no meio da estrada, quando estivéssemos pedindo carona, de não conseguirmos chegar devido às pessoas não quererem nos levar por causa das gatinhas. Ficamos uma semana cuidando delas no alojamento, até que as aulas do Jorge terminassem. Pegamos amostras grátis de ração em uma loja de animais na avenida P.H. Rolfs, o funcionário da loja se solidarizou depois de saber a historia delas. Passada uma semana, colocamos as gatinhas em numa caixa de papelão cheia de furos, improvisamos uma alça e começamos nossa viagem. Essa é a parte mais tranqüila da historia, elas se comportaram muito bem. Aproveitávamos as paradas para elas beberem água e irem ao toilet dos gatos, para evitar que fizessem dentro de algum carro, mas com a viagem não ficaram afim nem ao ar livre. Foi uma das viagens mais rápidas que fizemos. Chegamos a Cachoeiro muito cedo, com elas morrendo de calor dentro da caixa com as boquinhas abertas. Claro, gatas viçosenses em Cachoeiro, cidade muito quente! Mas mesmo assim elas ficaram bem, brincavam juntas correndo pela casa do Jorge, brincavam de lutinha, acho que elas estavam bem. Mas, infelizmente, depois que as férias acabaram soubemos da noticia que tinham roubado a Naomi, que tinha esse nome em homenagem a Naomi Campbell porque ela tinha o pelo pretinho, e era mais magra que a irmã Domi. A Naomi não comia muito, mas mesmo assim, magrinha, era uma gata bem bonita. Ficamos todos muito tristes com o roubo da Naomi, mas espero que quem tenha pegado ela tenha agido com boas intenções. Mas para não falar só de coisas tristes o Domi está linda e muito bem na casa da mãe do Jorge, vide a foto.

28 de set. de 2008

A Jornada

Este blog tem por objetivo, pelo menos por enquanto, registrar e divulgar a viagem que iremos realizar para fazer umas provas de mestrado Brasil afora. Serão cerca de 3500 Km rodados, saindo do Espírito Santo e seguindo por Minas Gerais, depois para o Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Serão o mês de novembro e boa parte do mês de dezembro passados na estrada. A jornada durará todo esse tempo não tanto pela distância, mas é que o processo seletivo, entre provas e entrevista, demora cerca de uma semana, tempo esse que ficaremos "estacionados" em algumas das cidades do trajeto, como, por exemplo, para o mestrado da UFMG, Belo Horizonte.
Acredito que será uma viagem no mínimo interessante pois será realizada com um orçamento bastante reduzido e, para tentar contornar esse contratempo, contaremos com a famosa cordialidade do povo brasileiro. Esta ajuda de que precisaremos, tanto nas caronas quanto na permanência nas cidades, com certeza nos proporcionará conhecer além dos lugares pelos quais passaremos também muita gente bacana, que, apesar de muitos acharem que é uma espécie extinta, digo que ainda existe. Para tornar a essa viagem mais confortável contamos com toda a infraestrutura de uma barraca, que nos será de bastante serventia tanto no traslado de uma cidade para outra, quanto no período em que estivermos "estacionados", se for necessária.

16 de set. de 2008

Em Busca do Eldorado

Quem se propõe a ingressar numa dessas áreas como a que escolhemos geralmente não tem pretensões a rendas muito altas. Ganhar rios de dinheiro nunca foi mesmo o plano. Só não esperávamos que fosse tão pouco. Por isso, em 2004, viajamos, com recursos escassos, para Curitiba para fazer um concurso público, desses que exigem apenas ensino médio e pagam melhor do que aos professores do ensino médio. O plano não deu certo, mas a viagem valeu a pena.

Na boléia
Marginal Pinheiros (foto ilustrativa, a Jane não está pedindo carona de verdade, Curitiba fica para o outro lado)

Por coincidência, horas depois de tirada esta foto foi naquele caminhão lá atrás
que conseguimos finalmente sair da grande São Paulo.


Esse aí embaixo da placa sou eu

Tem hora que cansa

Faltando Pouco

Ah!... O churrasco do último dia em Curitiba com a família da Dona Carolina. Nesse mesmo dia iniciaríamos a volta pra casa, mas durante os dias em que ficamos em Curitiba fomos muito bem acolhidos (como se vê na foto abaixo).
Quando chegamos em Curitiba o planejado era ficarmos acampados no Camping Central, só não contávamos que o "Central" fosse apenas nome fantasia. Depois de termos achado o local de prova descobrimos que o tal camping ficava a 90Km da área urbana da cidade. Diante do inesperado restava-nos o desespero ou arquitetar um plano. Optamos pelo plano, mas um pouco de desespero foi inevitável.
Iniciou-se então uma busca por pelo menos uma área que pudesse nos abrigar com nossa barraca. No intuito de fomentar a solidariedade no coração das pessoas, quando avistávamos uma casa com um jardim apropriado corriamos logo a perguntar aos moradores (era já fim de tarde e muitos estavam em suas varandas), quase como não quer nada, se eles não sabiam, por acaso, de alguém que tivesse um cantinho para que a gente pudesse ao menos montar nossa barraca. Mas eles pareciam ser bastante resistentes a mensagens subliminares e, um após o outro, continuavam a dizer: "não... não sei de ninguém não." Até que encontramos a casa da Dona Carolina (essa com a caneca verde) onde fomos agraciados com um quarto, vejam só, um quarto!

11 de set. de 2008

Diários $em Motocicleta

Jorge e Jane são dois jovens estudantes de filosofia (embora Jorge seja formado em História). No final do ano de 2008, eles viajam pela América do Sul, ou melhor, pelo Sul e Sudeste do Brasil, sem sequer uma velha moto e totalmente quebrados. Mas eles seguirão em frente, arranjando caronas, dormindo em barracas e fazendo longas caminhadas... Antes mesmo do início da viajem começam a questionar o valor do progresso econômico, que privilegia apenas uma parte da população, deixando muitos em uma situação complicada (inclua-se eles neste segundo grupo). Para o sucesso dessa longa e divertida (?) jornada dependerão da solidariedade de verdadeiros amigos que encontrarão ao longo do caminho.

Em breve neste blog.